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domingo, 6 de novembro de 2011

Special K

Um dia ela acordou e percebeu que às vezes valia a pena ser otimista. Mesmo que as coisas não dessem certo, ela tentava vê-las por outro ângulo. Ao invés de ficar fazendo perguntas e procurando loucamente por respostas, resolveu simplesmente aceitar as coisas como elas são, pois nem sempre se consegue o que ser quer. Mas o que eu quero? Pare com isso! Respire fundo... Pense somente em lembranças que te deêm prazer... Essa  é difícil... Ela mudou muito, parou de acreditar fielmente em romances do século XVIII e de tentar vivenciá-los. "Lembra o que aconteceu com Catherine Morland?" De novo não. "Mas o Realismo é tão chato, às vezes é melhor viver na ilusão." "Modere querida, pare de ler tanto, pare de assistir tantos seriados, pare de idealizar as pessoas e acreditar que você é capaz de mudá-las. Admita que está machucada." "Um pouco." "Viu? É o primeiro passo para a mudança." "Talvez..." "É um novo dia, sorria, lembra do seu sonho? Assuma o controle. Não se deixe levar. Gosto quando você fica com aquele sorrisinho... sabe bem de qual estou falando..." Ela tem um coração tão bom, fica triste quando pessoas queridas estão mal, mas ninguém liga quando ela está triste. Ninguém percebe. Nem todos os sorrisos são verdadeiros. Quando está feliz, queima como o sol. Ninguém conhece sua essência, seus interesses, sua alma... Será que existe alguém capaz de lidar com isso? Será que ela consegue? Não sei, mas ela não desiste facilmente. "Eu quero agora!" Ela é insistente... "Quanta melancolia..." "Parece que todos estão comemorando, mas estou de fora" "Calma, sua hora vai chegar". Montanha-russa de quetamina. Anti-depressivo com efeito curto. Chega. Ela vai parar de pensar nas coisas que deveria ou não ter feito, coisas que não deveria ter dito. Ela precisa de uma troca de pele. "Às vezes parece que você tem um alter ego, com apetite por destruição" "Às vezes eu sinto a mesma coisa..." Círculo vicioso. Don't fall back into the decay, we can build a new tomorrow, today. "Lindo, lindo, essa eu conheço. Vamos lá atravessar aquela barreira." Ela só vive na máquina? Na tela? Nas letras? "Deixa o vento bagunçar meu cabelo, solte as mãos no ar e balance como se você desse a mínima!" Hipócrita.

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