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domingo, 23 de junho de 2013

Nem sei dessa gente toda, desses dias chatos

A tarifa dos transportes públicos aumenta. 0,20. Parece que não é nada, mas ao final do mês, faz uma grande diferença, ainda mais pra quem mal tem o que comer. Nos revoltamos. Foi o estopim para o povo brasileiro. Fomos às ruas, lutamos, fomos reprimidos e voltamos com mais força. Foi lindo. Finalmente o Brasil acordou, pensamos. Mas não. Depois, finalmente conseguimos abaixar a tarifa, mas mesmo assim, o povo continuava indo às ruas, protestar contra as outras infinitas mazelas do governo brasileiro. Mas perdemos o foco. Esperem um pouco. Uma coisa de cada vez. Vamos protestar contra a PEC 37, contra o Sistema Único de Saúde, contra Marco Feliciano e sua ridícula "cura gay" e Renan Calheiros na presidência do Senado, mas vamos ter foco. O que falar "vem pra rua vem contra o governo" vai mudar? O que pretende-se com isso? Impeachment da presidente? Não é assim que se resolvem as coisas! Além do mais, vocês que elegeram seus representantes. Ademais, a mídia que chamava os manifestantes de vândalos agora dão apoio total e incentivam os protestos, parem e pensem. Tem algo de estranho ai. As faixas as quais o povo carrega têm os mesmos escritos dos protestos que acarretaram no Golpe Militar. "O povo acordou". Espere. Não eram todos que estavam dormindo. E ainda, evidentemente, não são todos que acordaram, o povo está sonâmbulo. Gritam junto com as massas, sem saber o que estão gritando, por que protestam, o que buscam. Falam que acordaram, mas ainda estão alienados. Com uma mentalidade "é cool protestar, vou lá também, causar na Paulista". E como eu ouvi muito por aí "aproveitar que estamos protestando, e pegar umas 'minas' também.". ACORDA BRASIL. Proibir partidos, cantar o hino nacional dessa forma, é coisa de integralista! Vocês sabem no que estão se metendo? Vamos às ruas, mas com foco, pois quem tudo quer, nada consegue.

domingo, 9 de junho de 2013

Lisztomania, think less but see it grow like a riot.

Estamos tão acostumados com a nossa correria cotidiana, que quando queremos descansar um pouco, somos taxados por preguiçosos e folgados. Mas o que não passa na cabeça de muitos, é que a vida vai muito além de trabalhar, de estudar e etcetera. As melhores coisas da vida não acontecem quando estamos sentados na frente do computador. Aí escutamos "na minha época era pior, trabalhávamos não sei quantas horas", que triste! Trabalhamos para poder viver bem, para poder sustentar a cultura, o lazer, para um certo conforto. Será que o trabalho dignifica o homem? Sempre achei o pensamento de Marx muito radical, porém, no tocante ao trabalho, acertou em cheio, o trabalho, muitas vezes, reifica o homem. Vivemos na sociedade da reificação e do fetichismo, na qual, se você dá uma importância maior ao intelecto do que a maioria dos seres, é um tolo, pois o que importa mesmo, é a prática, não? Teorizar é uma perda de tempo. Férias? You wish. Mal temos tempo de fazer uma refeição com tranquilidade, quem dirá ler um livro de 900 páginas que não seja relacionado à faculdade. "Você está reclamando por que? Tem umas quatro horas livres quando chega em casa", tire uma hora do jantar, uma hora do banho e secar o cabelo e sobraram duas. Nessas duas horas você pode descansar, ler um livro, opa, não, tem que estudar para as provas finais da faculdade. É isso mesmo que consideramos como normal? Ter uma, duas horas livres durante o dia inteiro? Dormir por seis horas, quando muito? Tomar antidepressivos e remédios compulsivamente, esperando sanar todos os nossos problemas, como uma válvula de escape? Mas não temos escolha. Ou você entra no jogo, ou é marginalizado. O dinheiro é importantíssimo, imprescindível. Nos permite ter conforto, livros, boas roupas - afinal, quem não gosta de ter coisas bonitas? - e comida na mesa. Mas nessa corrida incansável, nos perdemos, e sempre estamos insatisfeitos. Começamos a segunda pensando na sexta-feira, quando o final de semana chega, e podemos dar uma breve respirada, esse passa muito rápido. Aí volta o julgamento da sociedade "Nossa, mas você sai todo final de semana?" Sim. Sempre que posso. Pois não me importo muito com o julgamento alheio, parece clichê, mas a vida é curta e nunca sabemos o que pode acontecer, podemos morrer amanhã sem ter feito nada de nossas vidas. Eu quero ter vivido pelo menos um pouco, aproveitar enquanto sou jovem e tenho muitas possibilidades pela frente, e por mais paradoxal que pareça, sou otimista, caso contrário, não estaria aqui ainda. Sinceramente, eu não sei o que estou procurando, mas continuarei procurando até encontrar. Não sou do tipo de pessoa que se contenta com pouco e usa da falsa modéstia. Quando foi que ficamos tão desiludidos e paramos de lutar? Porque nos rendemos à um sistema falho, corrupto? Nós somos HUMANOS. Nós somos seres, temos famílias, não somos máquinas produtoras para os outros, não somos coisas nas quais os gigantes podem pisotear como carpetes. Não somos obrigados a engolir qualquer asneira que nos falam e assumir a culpa por muitas coisas que não fizemos. O homem não é bom por natureza e a sociedade o corrompe, o homem é mau por natureza, é a guerra de todos contra todos e ele criou tudo isso. "Let's go slowly discouraged. These days it comes, it comes, it comes, it comes and goes. Lisztomania, think less but se it grow, like a riot, like a riot, oh! Not easily offended, not hard to let it go, from a mess to the masses!". Ainda bem que a música existe. É meu paraíso. O que conecta tudo.